Por Clériston Andrade
A escola existe para que o aluno aprenda. Por mais simplista que seja essa afirmação, não podemos fugir das conseqüências e responsabilidades nela implícitas. Ou o aluno aprende ou a escola, enquanto instituição social, falha drasticamente na sua função.
Ainda que pareça reducionismo, os profissionais que trabalham com educação precisam ser lembrados do objetivo final do seu trabalho: o aluno deve aprender. Essa premissa necessita ser assumida por todos que compõem uma unidade de ensino. Caso contrário, a escola corre o sério risco de desenvolver outros objetivos que nada contribuem com o cumprimento da sua missão.
Quando é a aprendizagem que assume o protagonismo em todas as iniciativas, as decisões da gestão escolar são voltadas para o desenvolvimento do potencial do aluno, os funcionários trabalham para oferecer as condições que favoreçam o crescimento do educando, os professores planejam e avaliam no sentido de que o aluno construa conhecimentos, enfim, a escola caminha com objetivos condizentes com a razão primeira da sua existência. Tudo o mais será conseqüência dessa premissa.
Todavia, em meio a tantas atribuições que lhes foram impostas pela sociedade, a escola acabou perdendo o real foco do seu trabalho. É preciso reafirmar, entretanto, que não existe construção de consciência cidadã sem que o aluno aprenda, não se nutrem transformações sociais sem que os educandos saibam, não se forjam valores éticos sem que os estudantes conheçam. Todo discurso nestes sentidos será vago se não há aprendizagem.
E o que fazer quando o aluno não aprende? Ora, se a escola trabalha movida pelo desejo institucional de que o educando construa saberes, ela destinará esforços para identificar as causas do insucesso: envolverá a família, ouvirá o aluno, revisará seus planos iniciais, mas não transferirá responsabilidades ou culpará a outrem. Na instituição que se mobiliza para favorecer a aprendizagem, inclusive os recursos que nela chegam são aplicados para viabilizar instrumentos e ambientes que cooperem com o trabalho do professor. Não haverá outra prioridade que anteceda a essa.
Assumir politicamente que a escola existe para que o aluno aprenda desencadeia mudanças de paradigmas de gestão e atuação pedagógica. De tão simples, esse entendimento foi colocado de lado em muitas instituições e precisa ser retomado o quanto antes. Caso contrário, fomentaremos uma educação excludente e alienante apesar do nosso discurso crítico e politicamente correto.