Por Anna Monteiro/Seduc
“Qual a relação entre Educação, Mídia e Cultura?”. Essa pergunta norteou o debate realizado na noite desta quarta-feira (24), no Centro de Cultura João Gilberto, marcando a abertura oficial do I Encontro de Educação e Cordel e da Semana do Folclore. Participaram do bate papo Josemar Martins (Pinzoh), Emanuel Andrade, Maviael Melo, Raphael Leal e o poeta Chico Pedrosa, além de uma platéia repleta de estudantes, professores, curiosos e artistas do cenário popular. Todos em busca da criação de um espaço de conhecimento, da livre expressão e com o objetivo comum de trazer a temática para o centro das discussões cotidianas.
Entre as diversas opiniões, o que ficou claro é que a necessidade de educação, comunicação e cultura são intrínsecas ao homem, e legitimam a formação de saberes coletivos. “Iniciativas como essa enriquecem a ecologia humana da cidade. A educação precisa de espaços complementares e esse é um ótimo momento de desintoxicação do emburrecimento que a desinformação promove. Com certeza, sairemos um pouco mais inteligentes daqui”, embasou o doutor em Educação, Josemar Pinzoh.
Escolhido como linguagem, ferramenta pedagógica e instrumento de comunicação, o Cordel foi o centro das atenções. “Tudo começou com o projeto ‘Cordel em Sala de Aula’ que é desenvolvido na Rede Municipal de Ensino. Resolvemos promover esse encontro, que está sendo realizado pelas secretarias de Educação e Cultura, para marcar a culminância dessa etapa de trabalho com os professores da Educação de Jovens e Adultos (EJA). Mas, o evento tomou uma proporção muito maior e hoje já nos sentimos realizados ao ver o teatro cheio de pessoas interessadas em discutir o assunto e saber mais sobre o tema”, explicou o poeta, compositor e cordelista Maviael Melo.
Sobre a escolha da Literatura de Cordel como mecanismo de motivação para a leitura, escrita, busca de conhecimentos, expressão e para a própria temática educativa e cultural do encontro, o jornalista Emanuel Andrade, afirmou que não poderia ter sido melhor. “Quero parabenizar a todos pelo belo trabalho que está sendo desenvolvido em Juazeiro. Fazer o cordel entrar no contexto pedagógico é enriquecedor, pois ele traz um pouco de tudo. O cordel é literário, jornalístico, comunicador e reflete uma universalidade pela possibilidade que apresenta de poder abordar qualquer tema”, ressaltou.
Show a parte deram o “Poeta Vendedor de Sonhos”, como se auto-define Chico Pedrosa e o estudante da Escola Municipal Mandacaru Cícero Roberto. Após recitar belos cordéis que encantaram ao público, Chico revelou que o cordel não é apenas feito da imaginação. “Ele reflete as raízes da terra onde vivemos, conta a história do nosso povo, imortaliza momentos”, revelou. Já Cícero arrancou muitos aplausos e sorrisos da platéia com seus versos e rimas. “Sou poeta do povo e tenho mais de 150 produções. Gosto de falar sobre a vida de forma bem humorada. Comecei a ler mais e a aprender bastante depois que conheci o cordel”, contou Cícero sobre sua experiência.
O I Encontro de Educação e Cordel continuou nesta quinta-feira com debates na Escola Modelo, com a exposição de xilogravuras no Centro de Cultura, e a programação noturna que começa a partir das 19h, com o grupo GCordel e debate sobre o “Cordel na Sala de Aula” com Genivaldo Nascimento e Maviael Melo. No sábado (27) acontecerá o lançamento do livro com produções dos professores e a cantoria de encerramento com a participação especial de Raimundo Sodré, na Arena Acústica do Centro de Cultura João Gilberto.
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