sábado, 15 de outubro de 2011

Ser Professor


Clériston Andrade
Juazeiro - BA
     Não sou capaz de definir plenamente o alcance do trabalho de um professor. Ninguém o é, afinal. Mas nunca me faltou ousadia pra tentar.

     Creio que um educador vaga, em todas as suas ações, entre o ético e o estético. Ele caminha pelas veredas da ordem, da sistematização do pensamento e da busca dos valores que norteiam as relações humanas. Contudo, ele também percorre o caminho da beleza, da sublimidade, da percepção do transcendente que dá sentido a todas as coisas.

     A missão de quem educa vai além do que se vê. Um aluno não é assim, simplesmente, “um aluno”. É uma história, vários sonhos ou nenhum sonho, vários projetos ou anelo por um projeto para sua existência. Um aprendiz é vida com todas as suas inquietações, dúvidas, certezas, anseios... Não meramente um número, um recipiente de informações...

     Numa aula, um simples gesto pode desencadear uma grande história. Um ato impensado, porém, e uma história pode ser impedida. Uma singela palavra faz surgir uma perspectiva. Também uma simples palavra, entretanto, pode fazer uma barreira se levantar.

     Um professor pode ser caminho e pode ser muro, fazer nascer e fazer morrer, ressurgir e sucumbir. Tudo isso em gestos sutis ou contundentes, apaixonados ou indiferentes.

     Não existe ninguém que possa ter prescindido de um mestre. Ninguém que tenha aprendido sozinho. Ninguém que não tenha necessitado descobrir, perguntar, saber, conhecer. Ninguém há que não tenha precisado de um professor, tenha sido ele catedrático ou não.

     Enfim, não sou capaz de definir um professor, mas sou incapaz de não perceber a sua importância.

     Aos mestres, com carinho e reconhecimento.

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